O boom do reflorestamento em Santa Catarina e a Engenharia Florestal 6o1pu

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A atividade de reflorestamento está cada vez mais presente na mídia e o assunto além de ser fascinante, instiga a discussão junto a todos os públicos. Este fato ocorre por vários motivos, mas principalmente, pelo envolvimento do reflorestamento com as questões ambientais, econômicas e sociais. 1z5k4g

 

 

A ABRAF – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas no seu Anuário Estatístico de 2008 apresenta os dados relativos ao ano de 2007 evidenciando que as florestas plantadas no Brasil totalizam 5.985.396 hectares, sendo que, destes 5.560.203 hectares são plantados com pinus e eucaliptos. Em Santa Catarina temos 622.045 hectares plantados.

 

 

O Brasil e, sobretudo Santa Catarina, estão experimentando nos últimos anos um novo ciclo de expansão das atividades silviculturais. Esta expansão ocorre devido ao aumento da capacidade instalada das indústrias de base florestais já existentes ou devido à implementação de novos projetos industriais, provocando o aumento de demanda por madeiras reflorestadas, valorizando assim a madeira e por conseqüência a atividade de reflorestamento.

 

 

Observa-se um grande crescimento das áreas de plantio, seja nas pequenas propriedades rurais, ou via projetos de empresas consumidoras, de investidores independentes e até mesmo de grandes fundos de investimentos internacionais. Pode-se, portanto, caracterizar o momento como um novo “boom do reflorestamento”.

 

 

Talvez uma conseqüência deste boom seja o fato de que nos últimos anos foram criados em Santa Catarina 4 Cursos de Engenharia Florestal, 1 Curso de Engenharia Industrial Madeireira, 3 Cursos de Tecnólogos da Madeira e 2 Cursos Técnicos Florestais. Nos Cursos de Engenharia Florestal ensinam-se as técnicas que permitem planejar e executar os projetos de reflorestamento objetivando atender as demandas existentes. Ensina-se que um projeto deve se iniciar até mesmo antes da aquisição das terras, que deve-se fazer uma análise de solo, uma definição prévia dos métodos de preparo de terreno, plantio, tratos culturais e silviculturais, e muitas outras técnicas de acompanhamento do crescimento das florestas.

 

 

A partir das análises destes parâmetros, tem-se um fluxo de caixa do projeto de reflorestamento e a partir deste, se analisa a viabilidade econômica do mesmo. Todas estas técnicas são normalmente ensinadas nas Escolas Florestais.

 

 

Mas o que se vê todos os dias na atividade de reflorestamento no nosso Estado?
Vê-se que tudo o que se ensina durante 05 (cinco) anos em um curso de Engenharia Florestal, em muitos casos é deixado em segundo plano. Vê-se que as obras florestais são executadas por verdadeiros “achistas” e outros agentes com piores denominações. Sobretudo, vêem-se promessas de crescimento de madeira, de árvores e/ou de florestas, realmente impressionantes, além de valores de madeira inexistentes.

 

 

E por que tudo isto ocorre? Ocorre porque há no mercado florestal catarinense um contingente de pessoas e até de empresas, executando das mais diferentes formas as atividades de reflorestamento. Estes “achistas” não são a maioria, porém, além de normalmente não atenderem aos mais básicos preceitos legais, ainda vendem a idéia surreal de projetos com ganhos financeiros estratosféricos. São justamente estes projetos os que – literalmente – estão enterrando o dinheiro de muitos investidores bem intencionados.

 

 

O problema é agravado porque a fiscalização previdenciária, trabalhista, tributária, fiscal e até profissional não consegue atuar no setor com a veemência necessária, seja pelo desconhecimento do problema, pela dificuldade do meio ou pela falta de condições. Esta situação tem que mudar.

 

 

Diante destas situações, estão perdendo os empresários, os prestadores de serviço, os investidores independentes, os Engenheiros Florestais, o CREA-SC e principalmente a sociedade catarinense…
Estão ganhando os “achistas”…

 

 

Engenheiro Florestal MSc Dagoberto Stein de Quadros
Professor da FURB – Blumenau/SC
Ex-conselheiro do CREA/SC
CREA-SC 027079-5
Email: [email protected] 

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