Nota técnica defende manejo florestal sustentável. Veja propostas da CCEEF 4s5qu
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A nota técnica esclarecendo que “manejo florestal conserva a floresta em pé” foi um dos temas tratados durante o último dia da 2ª reunião nacional ordinária das Câmaras de Engenharia Florestal (CCEEF), realizada presencialmente de 18 a 20/05, com transmissão gerada a partir de Brasília, aberta para participação virtual.
Para os participantes da reunião, “ocorre um entendimento equivocado que confunde o plano de manejo florestal com o desmatamento ilegal, e até mesmo o desmatamento legal”, diz a nota que esclarece: “o manejo é o uso sustentável dos recursos florestais onde não há a alteração do uso do solo, mantendo-se os serviços ecossistêmicos da floresta”.
Na justificativa, o documento destaca que “dentre as atividades econômicas em escala do setor primário, a produção madeireira e não madeireira com o uso de técnicas de Manejo Florestal é a única atividade capaz de manter a floresta em pé, conservando as principais funções ambientais das mesmas, da flora e fauna, gerando renda e desenvolvimento socioeconômico, de forma ambientalmente correta”.
Considerando o contexto do desmatamento na floresta amazônica e o uso do fogo “há um desconhecimento, e inclusive a criminalização do Manejo Florestal Sustentável e com isso, sua vinculação ao desflorestamento ilegal”, afirma Antônio Moreira, coordenador nacional da CCEEF. A câmara especializada solicita que a nota técnica seja encaminhada a órgãos do governo, entidades de classe, embaixadas e veículos de comunicação.
Para o coordenador da CEEF-SC, Eng. Ftal. Andre Leandro Richter, apesar do foco das discussões estar atualmente na Floresta Amazônica, a confusão entre manejo florestal e desmatamento é comum no Brasil todo, o que deve ser esclarecido pelos CREAs, especialmente em Santa Catarina, estado que hoje, detém cerca de 35% do seu território com florestas nativas, o que possibilitaria o uso sustentável através de realização de planos de manejo, especialmente no que diz respeito as espécies madeireiras da mata atlântica.
Florestas que se fossem manejadas com as boas técnicas da engenharia florestal, resultariam aos catarinenses, excelentes resultados. Como exemplo, “deixa-se de movimentar um volume financeiro de cerca de R$ 10 bilhões de reais por ano, só dos produtos de madeira, e de arrecadar cerca de R$ 630 milhões de reais em impostos ao estado, e isto infelizmente, é o que literalmente apodrece todos os anos, pois as árvores em não sendo utilizadas, naturalmente, morrem, tombam e apodrecem nas matas, de forma que a sociedade perde, então, estes benefícios das florestas, e caso fossem usadas de forma sustentável, reverteriam empregos, renda e impostos, além de manterem as florestas em pé”, afirma Richter.
Planejamento da fiscalização
Outros temas também foram tratados, como a aprovação da proposta apresentada pelo Confea, no sentido de ampliar os normativos referentes às atividades de Engenharia Florestal para colaborar com o contrato firmado entre o Conselho e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que permite que profissionais do Sistema Confea/Crea tenham o com descontos na aquisição de normas e mesmo consulta gratuita. O destaque do tema foi a contribuição do Crea-RS, que expandiu as normas referentes à área de exploração de madeira.
Já o Planejamento Anual da Fiscalização ganhou destaque com o convênio assinado entre Confea e Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) ligado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).
“O convênio vai permitir o o ao que está sendo feito pelos engenheiros florestais cadastrados no Sinaflor para a fiscalização de suas atividades”, informa Moreira.
Os coordenadores das câmaras de Engenharia Florestal estudam uma possível manifestação sobre a reportagem a respeito de exportação ilícita de madeira, publicada pelo jornal O Estado de São Paulo e que citou os engenheiros florestais como integrantes de um sistema criminoso de comercialização de madeira.
Ao debater o assunto, eles afirmaram que, da forma como foi colocado, o texto afeta todos os profissionais que trabalham no setor. Para eles, os profissionais envolvidos em esquemas criminosos ou ilícitos devem ser penalizados, inclusive pelo Sistema Confea/Crea, evitando generalizações que venham a comprometer a atividade profissional e a profissão da Engenharia Florestal.
Na coordenação dos trabalhos, Moreira, coordenador nacional titular da câmara teve ao lado o coordenador-adjunto, Alberico Mendonça (Crea-RJ).
A presidente do Crea-AC, Carmem Nardino, os conselheiros federais, Modesto Ferreira, engenheiro eletricista, Annibal Margon e Andréa Brondani, engenheiros agrônomos, marcaram presença na reunião, assim como Osmar Barros, engenheiro civil e superintendente de Integração do Sistema (SIS).
Maria Helena de Carvalho
Fotos: Alan Rones/Confea